Para dar início a uma obra, a primeira importante decisão que precisa ser tomada é escolher entre os tipos de fundação, aquele que melhor irá sustentar a edificação.
É normal que existam incertezas, elas estão presentes em todo o canteiro de obra, mesmo em construções com alto nível de planejamento.
No entanto, quando se fala em fundações, é preciso ter muito cuidado ao escolher a certa, afinal de contas, este é um elemento que impacta na qualidade do empreendimento.
Basicamente, a fundação precisa ter estrutura adequada para suportar toda a carga da construção. Por isso, neste artigo vamos falar sobre os tipos de fundações, para que você entenda qual o mais indicado para a sua obra. Confira!
O que são e quais são os tipos de fundações que existem?
De forma simples e objetiva, as fundações tratam-se de estruturas responsáveis por absorver o peso da edificação e distribuí-lo de forma segura ao solo. São fundamentais para evitar deslizamentos de terra, trincas, rachaduras e outros tipos de rupturas na estrutura do prédio, casa, etc.
Sobre os tipos de fundações, geralmente são divididas em fundações rasas (superficiais ou diretas) e fundações profundas (ou indiretas). Entenda cada uma delas a seguir!
Fundações Rasas
Estas distribuem o peso ao terreno a partir de uma base apoiada em camadas superficiais do solo.
Este tipo de fundação possui profundidade de escavação de até 3 metros e costuma ser utilizadas em construções com até dois andares. Elas não precisam do uso de máquinas de grande porte e geralmente podem ser feitas manualmente, por isso possuem menor custo de execução.
Todas as fundações rasas são construídas com concreto armado, mas os formatos mudam conforme o tipo. Os mais comuns são:
Sapatas
Possuem capacidade de carga baixa ou média e são recomendadas para terrenos com solo firme e boa resistência.
As sapatas são fundações projetadas para que o peso sobre a sua estrutura seja suportado pela armadura e não pelo concreto. Pode ser feita com base quadrada, retangular ou trapezoidal.
Os principais tipos de sapatas para fundações são:
- Sapata isolada: Um dos tipos de fundação rasa mais simples e comum na construção civil. A sapata isolada é dimensionada para suportar as cargas de um único pilar ou coluna. Podem ter formato quadrado, retangular, circular, dentre outros.
- Sapata corrida: Essa é desenvolvida para suportar cargas de elementos contínuos, que têm distribuição de cargas linear como paredes, muros ou outros elementos alongados.
- Sapata associada: Esse tipo é comum a vários pilares. Costuma ser utilizada quando a posição de duas sapatas isoladas está muito próxima uma da outra, devido à falta de espaço ou por opção estrutural. Nesses casos, as bases poderiam ficar sobrepostas ou influenciar na outra estruturalmente, assim, permitindo que uma única sapata associada possa receber as cargas de dois pilares ou mais.
Blocos
Os blocos de fundação são dimensionados sem a necessidade de usar armadura para absorver o peso da construção e distribuir ao solo. Isso porque, as tensões de tração que agem sobre esse elemento podem ser resistidas pelo concreto, devido às dimensões do bloco.
O uso do bloco é indicado para obras de pequeno porte em solos com boa capacidade de resistência. É uma fundação de rápida execução e menor custo – existe a economia por não ser necessário comprar barras de aço.
Radier
Quanto ao radier, trata-se de uma fundação semelhante a uma placa. Se estende por toda a área da construção e é feito com concreto armado. Geralmente é recomendado para obras pequenas e em casos de terrenos argilosos.
Esse tipo de fundação rasa se destaca por sua execução rápida e baixo custo em relação às sapatas corridas. Ainda favorece a redução na mão de obra e no tempo de execução.
Fundações Profundas
Como o nome sugere, são realizadas nas camadas mais profundas do solo. Geralmente, estes tipos de fundações são construídos com máquinas de escavação ou cravação e possuem profundidade superior a 3 metros.
As fundações profundas são feitas em projetos maiores, como edifícios altos – quando precisa levar em conta os esforços do vento, por exemplo.
Também são executadas quando o solo só atinge resistência em grandes profundidades. As mais comuns são:
Estacas
Esse tipo de fundação é feito com ferramentas e equipamentos – pode ser executado tanto cravado, quanto perfurado. As estacas são compridas e possuem seções transversais pequenas. São indicadas para construções em solos pouco firmes, como os aterros.
Elas podem ser feitas de diversos materiais:
- Estaca pré-moldada: Feitas de concreto armado ou concreto protendido, podem ser cravadas por percussão, prensagem ou vibração. Oferece boa capacidade de carga e boa resistência a flexão e cisalhamento.
- Estacas do tipo Franki: Possui grande capacidade de carga e consegue alcançar grandes profundidades. É executada por meio de perfurações, através da cravação de um tubo de ponta fechada, com o auxílio de um bate estaca.
- Estaca hélice contínua: É feita com uma haste tubular que possui uma hélice, essa haste é introduzida no terreno por aplicação de um torque fazendo a perfuração.
- Estaca de madeira: Geralmente, é composta de troncos de árvores e cravada por bate-estacas. Utilizada em obras provisórias.
- Estaca metálica: Parecida com as pré-moldadas, inclusive recebe o mesmo processo de cravação no solo. Mas estas atingem maior profundidade, porque as emendas são executadas com maior facilidade e segurança.
Tubulões
É semelhante a uma estaca, possui diâmetro de no mínimo 50 cm e pode ter uma base alargada – necessita que um operário desça para executar essa base. Os tubulões podem ser divididos em dois tipos:
- Tubulão a céu aberto: geralmente é executado acima do lençol freático, feito a partir da concretagem de um poço aberto no terreno. É um tipo de fundação indicado para terrenos suficientemente coesivos e acima do nível d’água, dispensando o escoramento.
- Tubulões a ar comprimido: Opção para quando o tubulão será executado abaixo do nível da água.
Como escolher o tipo de fundação adequado para sua obra?
Esta é uma análise que precisa ser feita pelo projetista de fundação ou estrutural. No entanto, é importante que você participe ativamente neste processo também, porque os custos envolvidos com fundação podem até inviabilizar um empreendimento.
Para saber qual o melhor tipo de fundação para sua obra, é preciso conhecer as caraterísticas do solo, dos elementos da fundação e saber quais serão os esforços sobre a edificação.
Além disso, é importante ficar atento ao tamanho da construção, a presença de vizinhos, assim como os fatores econômicos também devem ser levados em conta na hora da escolha, ou seja, o orçamento viável direcionado ao projeto.
Para saber com maior precisão qual a fundação ideal, existe a análise: carga + nível do lençol freático + composição e resistência do solo na qual a edificação será construída.
Então, basta analisar qual tipo de fundação se encaixa na resposta para estes fatores. Para tanto, é fundamental fazer além do projeto estrutural, também uma investigação geotécnica.
E então?
Neste conteúdo apresentamos os tipos de fundações mais comuns, suas aplicações e recomendações para cada obra. É possível notar que são muitos os fatores que precisam ser avaliados para escolher o tipo de fundação certo de acordo com o projeto.
Entretanto, você não necessariamente precisa ser um expert no assunto, o mais importante é escolher bem os seus parceiros e fornecedores para a obra.
E já que estamos falando sobre a qualidade estrutural de um empreendimento, se você quer saber como a junta seca pode impactar na estrutura, confira nosso blogpost sobre Você sabe porque a junta seca pode trazer prejuízos ao sistema estrutural?