A segurança do trabalho na construção civil precisa ser a principal preocupação de todo gestor do segmento. Esse é um setor com expressiva participação na economia do país e, por isso, gera muito emprego. Além disso, essa é uma indústria que trabalha com materiais e equipamentos de risco, sendo necessário atenção.
Portanto, neste texto reunimos tudo o que você precisa saber sobre o assunto! Confira!
Importância da segurança do trabalho na construção civil
A quantidade de obras com materiais e equipamentos perigosos faz com que a segurança do trabalho na construção civil seja um tema muito importante para o setor.
E graças ao grande volume de serviço das construtoras, esse mercado é o responsável por uma boa parcela dos empregos. Além disso, o setor tem uma participação significativa no PIB brasileiro. De acordo com o livro “Segurança e Saúde do Trabalho na Indústria da Construção Civil”, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), é justamente essa expressividade na economia que acompanha o índice elevado de acidentes e doenças do trabalho.
Só em 2017, segundo dados do Anuário Estatístico da Previdência Social citado no livro, a construção civil foi responsável por mais de 8% dos acidentes.
Desse total, a construção de edifícios foi a que mais apresentou acidentes, com 19,18%. Em seguida estão as obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações com 7,92% e incorporação de empreendimentos imobiliários com 6,40%
Principais causas para a falta de segurança do trabalho no setor
O livro ainda afirma que, geralmente, as causas para esses números são: queda em altura; soterramento; choque elétrico ou impacto mecânico. Isso se dá graças a alguns fatores de influência como a não participação do executor na etapa de projeto da edificação. Assim não há como identificar soluções que garantam maior segurança na execução.
E ainda há falhas constantes na elaboração dos projetos de segurança do trabalho na construção civil. Neles não há ações que antecipem e proponham medidas preventivas. Somados a isso, os locais de trabalho temporários e o número elevado de empresas de pequeno porte também colaboram para a falta de preservação do bem-estar do profissional.
A utilização, de maneira simultânea, de métodos artesanais e industrializados durante a realização de atividades também atrapalha a devida fiscalização da segurança.
Além disso, há mais fatores apontados no livro, como:
- Grande rotatividade da mão de obra;
- Uso significativo de mão de obra terceirizada;
- Alterações na natureza do serviço de acordo com a fase da obra;
- Impactos do clima e a adoção de horas extras para compensar em partes esses efeitos;
- Falta de consideração dos custos com segurança e saúde do trabalho (SST) nos orçamentos dos empreendimentos;
- Contratações realizadas com base no menor preço, sem que sejam analisadas as possíveis implicações dos cortes nos gastos com segurança;
- Pagamento apenas por tarefa não considerando o desempenho do funcionário e sua segurança.
Normas para ficar atento
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) regulariza e fiscaliza algumas normas que envolvem o setor. Umas das principais correspondem aos métodos necessários para afirmar a segurança do profissional nas atividades.
A primeira é a NR4. Essa é a norma que aborda os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMET). O objetivo é promover a saúde e proteger a integridade do profissional no local da atividade, reforçando a necessidade e a obrigação de se ter um setor como este em cada obra.
Já a NR6 tem como objetivo regulamentar a execução do trabalho com uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para diversos setores ou atividades econômicas.
E a NR7 visa assegurar a saúde do trabalhador. Aqui é apontada a obrigação das empresas na elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). São apontadas diretrizes como a necessidade de rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde.
A NR8 orienta e regulamenta a execução dos trabalhos considerando as atividades, instalações ou equipamentos usados. Aqui são estabelecidos os padrões necessários para obras de edificação, garantindo segurança e conforto para o trabalhador.
Enquanto a NR12 é a norma que garante a segurança do trabalho na construção civil com relação a máquinas e equipamentos. O intuito é estabelecer regras que o empregador precisa realizar para garantir a integridade física do empregado durante o uso de instrumentos mais perigosos.
A NR18 visa estabelecer as instruções de ordem administrativa, planejamento e organização. Para, assim, garantir a implementação do controle de sistemas preventivos de segurança nesses processos e no ambiente de trabalho.
Por fim, a NR35 é a norma que aponta as diretrizes que mantém a segurança dos profissionais em trabalho nas alturas. Conta também com as especificações necessárias para assegurar integridade física nos procedimentos e equipamentos. Bem como observações necessárias para as operações.
Boas práticas na gestão de segurança do trabalho
Tendo em vista o contexto apresentado, reunimos a seguir algumas boas práticas para a realização de uma gestão da segurança do trabalho eficiente, além, é claro, da necessidade de seguir as normas acima.
Invista em EPIs na construção civil
Como já abordamos, os Equipamentos de Proteção Individual são fundamentais para assegurar a integridade física do profissional. Alguns deles são:
- Capacete de segurança: esse é o primeiro que vem à mente quando o assunto é proteção. Todos que trabalham ou transitam pela obra precisam estar usando ele para evitar e reduzir choques e impactos de quedas de materiais e ferramentas;
- Óculos de proteção: ele é fundamental para garantir a integridade da visão, principalmente para os trabalhadores que mexem com materiais que podem causar danos aos olhos;
- Protetores auditivos: na construção civil são utilizadas máquinas e equipamentos que geram ruídos excessivos, podendo acarretar problemas de audição. Por isso é importante usar esses equipamentos;
- Máscaras de proteção: ela protege quanto a poeira e produtos químicos. São úteis para, inclusive, a preparação da argamassa, por exemplo;
- Calçados de segurança: também é essencial o uso por todos no canteiro de obras para proteção dos mais diversos riscos;
- Luvas de proteção: há algumas de materiais específicos que garantem a proteção de choques, mecânicas, perfurações e cortes.
- Cinto de segurança: necessário para a proteção e segurança do profissional em atividades nas alturas.
Organize o canteiro
Se engana quem acredita que um canteiro de obras desorganizado não gera riscos à saúde e segurança dos trabalhadores. A falta de controle e uma boa gestão de resíduos pode acabar gerando um ambiente tóxico não só para o bem-estar do trabalhador como para o meio ambiente e, assim, assegurar uma obra mais sustentável.
Além disso, os equipamentos e ferramentas espalhados podem causar variados acidentes, como choques, quedas, perfurações entre outros. Portanto, é fundamental manter a limpeza do local, certificar a livre circulação e realizar o devido armazenamento dos instrumentos.
Aposte em constante treinamento
O treinamento é fundamental para reforçar a importância dessas medidas. É possível oferecer capacitação para o uso correto dos EPIs, ferramentas, e para as respostas em casos de acidente.
Dessa maneira, haverá uma maior conscientização da importância em garantir a segurança e integridade do trabalhador. Além de demonstrar que para isso, todos precisam se comprometer e se responsabilizar em cumprir com as diretrizes necessárias.
Próximo passo
Neste texto apresentamos a importância de proporcionar a segurança do trabalho na construção civil. Essa, que inclusive, é uma das indústrias responsáveis por boa parte dos acidentes de trabalho.
Se você deseja entender melhor como armazenar os materiais da construção, acesse o nosso conteúdo de blog para conferir mais dicas.