Apesar de ainda ser empregado em algumas situações na construção civil, o conceito de junta seca deve ser evitado ao máximo na alvenaria estrutural.
O correto preenchimento de juntas verticais e horizontais é de suma importância, pois garante o melhor padrão de qualidade, durabilidade e resistência das obras.
Para que você não tenha dúvidas sobre o tema, a seguir, vamos descrever melhor o que é junta seca e quais os casos em que ela deve ser evitada.
Em seguida, confira também quais são os melhores padrões de preenchimento para a sua estrutura e quais pontos devem ser observados para que ela tenha a melhor qualidade! Continue a leitura!
O que é junta seca na construção civil?
O conceito de junta seca é relativamente simples. Ele diz respeito às juntas que não contam com nenhum encaixe entre os elementos, ou seja, que estão apenas encostadas.
De acordo com o site Ecivil, trata-se de paredes, muros ou qualquer outra peça de alvenaria semelhante que não se utiliza de argamassa para o rejuntamento das pedras, tijolos ou outros elementos estruturais dessa natureza.
Por mais antigo e difundido que seja, o modelo de junta seca deve ser empregado apenas em casos muito específicos. Na maioria das situações, sua aplicação pode ser inviável e trazer problemas.
No próximo item, saiba quais são os casos em que ela não é recomendada e mantenha-se atento para não errar nesse aspecto durante a execução de sua obra!
Em quais situações ela não é recomendada?
A principal desvantagem da junta seca é que o seu uso acarreta uma diminuição significativa da resistência de toda estrutura em suas cargas laterais e ao cisalhamento.
Além disso, outros efeitos negativos podem ser mencionados, como a redução do isolamento sonoro, da resistência ao fogo, assim como o favorecimento do surgimento de fissuras quando há revestimento de gesso ou argamassa.
Em relação a esse último ponto, inclusive, quando há efeito de flexão da laje de apoio ou da viga, toda a alvenaria se deforma com mais facilidade, com transferência considerável das tensões ao revestimento.
Tendo essas características em mente, é possível concluir que a junta seca deve ser utilizada apenas em vãos relativamente curtos, em alvenarias de vedação e também em estruturas com pouca deformidade.
Seu uso também pode estender-se aos casos em que suas desvantagens complementares não são relevantes, como a resistência ao fogo, a cargas de vento, flexões laterais, entre outras.
Agora que você já sabe porque a junta seca não é a melhor alternativa para inúmeros casos recorrentes na construção civil, no próximo item, descubra quais são os melhores métodos para o preenchimento de juntas, tanto horizontais quanto verticais.
Quais os melhores parâmetros para o preenchimento de juntas verticais e horizontais?
Nas estruturas de alvenaria, as juntas de assentamento são adicionadas para compensar as desvantagens que se destacam sem a sua aplicação, no modelo de junta seca.
Sua função é atuar como verdadeiras “válvulas de escape”, como bem destaca uma matéria especial da revista Téchne sobre o tema, absorvendo movimentações hidrotérmicas da alvenaria, deformações do apoio em flechas e recalques, etc.
A argamassa utilizada para o assentamento conta com um excelente poder de acomodação. Quanto maior a espessura das juntas verticais e horizontais, maior também a capacidade de acomodação da estrutura e menor sua resistência mecânica.
Para evitar que as tensões se concentrem em pontos que contenham blocos com variações significativas na altura, as alvenarias estruturais devem ter uma espessura mínima para possibilitar uma distribuição homogênea para os blocos contíguos.
Ainda de acordo com a matéria da revista Téchne, as juntas com espessura de 10 mm, tanto verticais quanto horizontais, são as ideais para aliar as exigências técnicas mínimas com as necessidades econômicas das construtoras.
Em paredes de vedação localizadas sobre estruturas mais rígidas, que tenham blocos com dimensões altamente regulares, esse padrão de espessura pode ainda ser reduzido, em valores que variam de 6mm a 8mm.
O que considerar para garantir o melhor padrão de produtividade ao sistema estrutural?
A produtividade dos serviços de elevação de alvenaria em blocos depende de diferentes questões, como aponta o blog Mapa da Obra em artigo sobre o assunto.
O primeiro passo é a contratação de uma empresa que seja especializada nessa área e fornecedores de blocos que contem com produtos que se adaptem à alvenaria de vedação.
É imprescindível também o emprego de argamassas devidamente voltadas à alvenaria de elevação e a cautela quanto a qualificação da mão de obra utilizada nos projetos.
Sobre cada um dos pontos descritos, alguns destaques são importantes. Confira:
Acerte nos tipos de blocos
Apesar de mais leves, os blocos cerâmicos contam com uma precisão dimensional menor em relação aos blocos de concreto.
Entretanto, eles proporcionam mais flexibilidade ao projeto, contribuindo com a questão acústica e térmica, por exemplo.
Manuseie a argamassa corretamente
A argamassa fresca pode contar com variações em suas propriedades que afetam a produtividade executiva em alvenarias.
Com a consistência adequada, é possível utilizar menores quantidades desse insumo por metro quadrado. A otimização de sua plasticidade, por sua vez, contribui para uma melhor prumagem e alinhamento dos blocos.
A retenção excessiva de água na argamassa, que ocorre quando muitas fiadas são assentadas em um curto período de tempo, pode provocar deformações das juntas horizontais inferiores. Trata-se, portanto, de um ponto que também exige atenção.
Qualifique a mão de obra
Muitos acreditam que a produtividade de uma obra está ligada ao número de operários envolvidos nela, mas essa lógica não é verdadeira.
A logística e o nível de abastecimento de insumos necessários para que muitos trabalhadores possam atuar nas mesmas funções muitas vezes favorecem problemas ligados à interferência entre as atividades de cada colaborador.
O melhor caminho é apostar em qualificação, para que cada indivíduo desempenhe sua tarefa específica com máxima qualidade, considerando todos os pontos de atenção descritos até aqui.
Aumentar significativamente o número de operários, inclusive, gera custos muito altos, portanto essa alternativa só deve ser empregada quando há atrasos no cronograma.
Você já conhecia as desvantagens da junta seca e os meios mais recomendados para garantir a excelência do seu sistema estrutural? Se ficou com alguma dúvida sobre o assunto, entre em contato conosco!